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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Londrina 2030

Artigo publicado no Espaço Aberto da Folha de Londrina e na coluna Ponto de Vista do Jornal de Londrina

Tive a oportunidade de acompanhar o lançamento do Londrina 2030, cuja visão global é ''Uma cidade pujante e conectada - polo de desenvolvimento humano, onde a sociedade coopera de forma cidadã, para o progresso sustentável''. O trabalho apresentado demonstrou o pensamento de lideranças da sociedade civil organizada, de cidadãos, profissionais liberais e empresários. Produzido, portanto, com pluralidade. 

Ademais, foram observadas, estudadas cidades inovadoras de todo o mundo, que já deram certo, para se analisar o modelo adequado, adaptando-se para a realidade e cultura locais. 

O resultado trouxe 7 temas prioritários, quais sejam, governança, educação, capital técnico e tecnológico, saúde e bem-estar, transporte e mobilidade, segurança, cultura, lazer e turismo. 

Com base nesses temas, Londrina poderá se tornar uma cidade inovadora caso acredite em seu potencial, desenvolva-o e busque colocar em prática de forma coordenada e cooperada as ações desenhadas por qualificados profissionais. 

Acredito que o instrumento produzido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e parceiros pode vir a ser uma bússola, como dito no evento, para investimentos na cidade. De fato, todos os profissionais liberais, empresários, cidadãos devem ficar atentos a ele para se preparar adequadamente às novas e vindouras demandas sociais. 

Com o crescimento dos setores apontados, como o turismo e a cultura, maior demanda haverá para empresas e profissionais desses segmentos, sendo importante destacar que quanto maior o crescimento, mais conflitos de interesses acontecerão. 

Destarte, a sociedade precisa se preparar para o conflito em duas vertentes, caso queira cumprir com a visão de Londrina 2030, tornando-se uma sociedade que coopera, de forma cidadã. 

Pela primeira vertente, deve-se buscar a prevenção do conflito e se preparar para o mesmo, deixando de ser pego de surpresa. Em cidades inovadoras, modernas, há uma cultura de prevenção, de buscar por informação com especialistas de cada área para evitar o conflito, preparar-se para ele. 

Já a segunda vertente que, infelizmente, deve prevalecer se a mentalidade hodierna se mantiver, é a tentativa de solução de conflitos. Esse perfil prevalece em segmentos nos quais é possível preponderar o pensamento de que ''vale a pena o risco do conflito, da eventual ação judicial'', somente deixando de acontecer quando praticamente se é ''forçado'' para mudar de paradigma. 

Acrescente-se que essa forma de agir não é condizente com uma sociedade que pretende se pautar em desenvolvimento sustentável, cuja base deve abraçar o respeito aos direitos alheios, sejam eles trabalhadores, consumidores ou contribuintes. 

Para ambas as vertentes, vislumbra-se forte campo de atuação para a advocacia ética e séria. Nota-se que a primeira propiciará maior campo para a consultoria jurídica, ao passo que a segunda, para a advocacia contenciosa, além de abrir maior campo para soluções alternativas de conflito como a Mediação e a Arbitragem. 

O cuidado, portanto, de todos ao pensarem no desenvolvimento é na tentativa de inserir na sustentabilidade e nas práticas éticas, o respeito à divergência, a busca de mecanismos de prevenção dos conflitos e pela sua solução amigável quando não evitados, com o intuito de transformar Londrina, sobretudo, em ''Uma cidade pujante e conectada - polo de desenvolvimento humano, onde a sociedade coopera de forma cidadã, para o progresso sustentável''. 

FLÁVIO HENRIQUE CAETANO DE PAULA é advogado em Londrina

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Grato pela contribuição. Flávio